sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

...

Não estou em casa agora. Pare de bater.
Já não me importa mais o frio ou a chuva.
Também não me importo com o longo caminho.
Só voltarei quando o sol nascer!

vinte e sete.

Hoje não chorarei!
Não hoje. Não poderia!
Só por um dia, um dia que seja meu, para que eu possa me permitir não chorar e ser tranquila.
Por menor que seja o meu tempo de paz, hoje eu não chorarei.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Loucura! (part I)

Não vá embora brilho deslumbrante ou ficarei completamente infeliz.
Caída sobre meus próprios pés, no meio da rua aos gritos.
Devolva o sol da minha manhã e tome de volta sua lua triste.
Cá está meu coração, embrulhado em pano de seda, dou-lhe em troca do que quero!
No quintal dos fundos há uma rosa, mas ela está triste, suas pétalas secando, a terra está podre lhe tirando a vida.
No meu telhado há uma porção de borboletas mortas, na varanda as folhas secas se acumulam.
Chove tanto que as cortinas não secam de jeito nenhum, respingam no assoalho estragando a minha sala.
Meu quarto está escuro e abafado, meus lençóis furados, o café está tão amargo que nem mesmo o gato quis toma-lo!
Gato idiota!
Também não o quero então!
Melhor me deitar e dormir, antes que comece a nevar!

o monstro!

Já tive uma casa tranquila. Repleta de alegria e cheia de amor, já acordei ao som de música, muitas que nem ao menos existiam, mas que na voz de minha mãe, eram sempre doces. Cada detalhe da manhã, o cheiro gostoso vindo da cozinha a paz vinda dos quartos. Já tive dias melhores, dias de felicidade, as pessoas por aqui se amavam mais e havia mais respeito! Meu quarto antigamente, era o melhor lugar da casa, sempre adorei minhas coisas, meus cadernos, meus cds, meu livros e, ali eu vivia, meu canto era perfeito sempre que eu queria. Eu não me escondia como agora, eu não tinha medo como agora, agora meu quarto é fuga. Tudo porque após crescida, descobri um monstro no armário, que por lá permaneceu por tanto tempo e saiu quando assim lhe foi melhor, assustando e ameaçando todos a quem via. Então, as coisas mudaram e quase não ouço canções!

a espera...

Eu estava esperando um milagre!
Esperei com tanta fé e paixão, que esqueci de fechar a porta quando saí, esqueci de amarrar o cadarço, de pentear o cabelo... no trabalho esqueci de bater o cartão, de cumprimentar os amigos, esqueci o que ia fazer, esqueci o almoço...
Enfim.
... meu cachorro sumiu, tropecei no fio do cadarço e caí, o cabelo bagunçado sujou de lama, perdi um dia no holerite, meus amigos me acham uma chata, levei uma bronca da chefe e passei o dia com fome...
tudo isso, tudo isso, para no final da espera, sem nada receber, eu perceber... que milagres não existem!
Quando eu já não puder aguentar a vida que levo,
quando minhas forças não forem mais suficientes para suportar o peso que carrego,
nem pernas, nem braços puderem me manter de pé, me proteger.
Quando a dor for tão grande que não me permita respirar...
Chorarei pela ultima vez.
Terei meu ultimo dia.
Pela manhã, cantarei em outro lugar.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

M. sete de dois mil e oito.

Como posso deixa-la sozinha com seus tormentos?
Como posso não sofrer com seu sofrimento?
Quando olho em seus olhos eu vejo e com minha dor entendo,
das dores que em seu coração habitam, corroem seu corpo, derrubam seus sonhos em eternos lamentos.
Fruto que sou, tristemente, junto a ti eu caio de uma juventude que já esqueci!
...aceito o que tenho, deixo o que nunca senti.
Te sigo em cada comodo, te dou conforto,
se seu rosto ao meu se perde, me arrasto sem graça e de cada comodo, cada canto, estou em prantos!
Choro porque te amo e não posso te salvar.
Choro, pois se você chora, me faz chorar.
Aonde está que não te alcanço?
Lhe dou meus braços e minhas mãos, mas o que tenho não é forte o bastante para lhe acudir, nem beijos, nem abraços, nem palavras!
Então eu fico!
Fico eternamente!
Divido cada dor e cada queda, desta vida descontente.
Eu as recebo para mim, porque te amo e sou assim!

E.T.

A vida na Terra é difícil!
Suas esquinas guardam armadilhas, seu tempo é curto e incerto e enquanto as horas passam, as estações se misturam.
Em cada espaço há uma beleza, naturalmente lá ou não, mas encantadoras! Deslumbram, destroem conforme a força de suas origens.
Os rostos daqui são tão diferentes, muitos estão tão distantes, cálidos,corados, tristes, defeituosos... velhos, divinos! Grandes segredos seus olhos guardam por aqui, o que vêem o que fingem ver...
Quanta dor seus corações podem aguentar, que poderoso e imenso amor eles podem carregar?
O perdão tão puro e tão complicado, os pássaros voando no céu, as flores brotando do chão, a morte e seus mistérios, a vida!
Tudo em baixo dos meus pés!

Meu.

Meu amor esta intacto!
Guardado em um lugar que desconheço.
provavelmente meu amor é passado
e quase não o reconheço.

Meu amor já foi ameno,
dito nas palavras mais bonitas.
Pobre amor! Foi tão modificado,
modifica e destrói vidas.

Meu amor sempre foi grande e extenso,
magnitude pesada, quase insuportável.
Escapou por cada via
numa grande correria, desesperado!

Meu amor era dos outros.
Hoje ele é só meu!
Meu e em mim sofre,
Pois, ninguém o prometeu.

Como um risco de caneta em um papel,
deslizando sem controle,
esperando paciente,
ser mais amor em outro canto,
pois aqui não pôde!

vinte e três.

... para os bons amigos eu sou eterna!
Obrigada Nad... por tudo!