quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Epitáfio

Agora me encontro em um mar gelado, profundo e escuro.
Mal sinto meus braços e pernas e penso em como é dolorosa esta sensação.
Aqui, me lembro das dores e tristezas, lembro da sensação exata que é o sofrimento e em como foi difícil fugir dele. Lembro do rosto de minha mãe e da doçura em seu sorriso, lembro da calma e da alegria que sentia quando ouvia sua voz. Lembro-me do rostos e dos sonhos que se partiram, cada detalhe e cada fim trágico.
Nunca tive muitos amigos, mas a imagem do último que vi, jamais esquecerei, nem mesmo aqui.
Posso vero onde eu deveria estar, posso ver o que deveria ter sido meu, tudo o que perdi.
Não era para ter sido assim, eu não mereci isso...
Era para eu ter sido feliz.

Pobre menina.


Pobre menina perdida!
Pobre menina, solitária  e perdida!
Tenho pena de sua vida, pena de suas ilusões.
Acho estranho seus olhos, sua boca, seu sorriso amargo.
Tenho medo de para aonde vai, medo do que possa ser, pois entendo seu coração gelado, sua vida vazia.
Sei onde se esconde e para mim, nada mais parece, que um abismo escuro e frio.
Sei o que te assusta e para mim, nada mais é, que um pesadelo sem fim...
Ah menina como me dói...
como me dói.
Olhar para a imagem no espelho e te ver.
Como me dói!